Fluoretação da água: sua importância para a saúde bucal da população
A fluoretação da água é uma prática de saúde pública adotada por muitos países para prevenção das cáries dentárias. Essa medida se baseia na adição controlada de compostos de flúor na água potável, com o objetivo de fortalecer o esmalte dos dentes e reduzir a incidência de cáries na população. O flúor, um mineral naturalmente presente em alguns solos e águas, já era reconhecido por sua capacidade de proteger os dentes, mas foi com a fluoretação que seus benefícios foram ampliados.
A fluoretação da água tratada iniciou nos EUA, em 1945, onde foi implementada a primeira experiência de fluoretação em água potável para toda uma cidade, no estado do Michigan. Após a aplicação, a cidade observou uma redução significativa nas cáries, o que incentivou outras localidades a adotarem a prática. Em poucos anos, o modelo foi replicado em várias partes do mundo, tornando-se uma das intervenções mais eficazes e econômicas para a saúde bucal coletiva.
No Brasil, em 1974, entrou em vigor a Lei Federal nº 6050 que tornou obrigatória a fluoretação das águas nos sistemas de abastecimento público com estações de tratamento. Porém, a portaria GM/MS nº 888/2021 não estabelece concentração mínima de flúor na água para consumo humano, apenas limite máximo.
A fluoretação da água é realizada através da adição de compostos à base de flúor. Seguem abaixo os principais produtos utilizados:
- Ácido Fluossilícico (H2SiF6): Esse composto é frequentemente utilizado em sistemas maiores de abastecimento de água. É uma solução líquida ácida, obtida como subproduto da fabricação de fertilizantes fosfatados. Sua vantagem está no fato de já estar em forma líquida e é eficaz para a fluoretação em grandes volumes de água.
- Fluossilicato de Sódio (Na2SiF6): Utilizado em sua forma sólida, o fluossilicato de sódio é outro composto comum na fluoretação da água, sendo usado em plantas de tratamento de todos os portes. Sua forma sólida permite ser dosado isolado ou em conjunto com formas sólidas de cloro, exercendo cloração e fluoretação em um mesmo produto.
A fluoretação da água tem sido amplamente considerada uma medida segura e eficaz para a saúde pública, com apoio de organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a prática não está isenta de controvérsias. Críticos apontam preocupações com o risco de fluorose dental, uma condição causada pela exposição excessiva ao flúor, que pode provocar manchas no esmalte dos dentes, especialmente em crianças.
Apesar das discussões, a maioria dos estudos científicos aponta que, quando controlada, a fluoretação apresenta mais benefícios à saúde pública do que riscos, sendo uma medida essencial para a promoção da saúde bucal.
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