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Etapas de Tratamento do Esgoto Sanitário

Atualizado: 24 de jul. de 2023

O esgoto bruto, após ser coletado e bombeado para a Estação de Tratamento de Esgoto - ETE, irá receber primeiramente um tratamento preliminar, que irá remover alguns subprodutos sólidos do esgoto, como sólidos grosseiros e areia, e prepará-lo para as etapas seguintes. Estes subprodutos devem receber tratamento e destinação adequados.


O esgoto então passa pelo tratamento primário, onde os sólidos sedimentáveis e flutuantes são removidos por processos físicos. Na sequência, ocorre a remoção da matéria orgânica e parte dos nutrientes através de processos biológicos, pertencentes ao tratamento secundário.


A última etapa, o tratamento terciário, possui o objetivo de remover contaminantes específicos, e pode possuir processos diversos. No tratamento terciário de esgoto, os processos mais utilizados geralmente são físico-químicos, para a remoção complementar de nutrientes, ou a desinfecção, visando a remoção de organismos patogênicos.

Uma etapa importante também que ocorre na estação é o tratamento do lodo. Que é um subproduto gerado em grande volume nos processos de tratamento, e que possui uma concentração alta de matéria orgânica e outros contaminantes removidos do esgoto.


Vamos analisa agora um fluxograma típico de uma estação de tratamento com todas estas etapas:

Então, ao chegar na estação o esgoto passa primeiramente pelo gradeamento, que irá separar os sólidos grosseiros, e em seguida pelo desarenador, para remoção de areia. Após esses primeiros processos é realizada a medição da vazão. Esta primeira parte constitui o Tratamento preliminar.


O processo seguinte serve para remoção de sólidos em suspensão sedimentáveis e sólidos flutuantes, para isso se utiliza um decantador, que recebe o nome de decantador primário por fazer parte do Tratamento Primário.

A partir dai o esgoto passa para o tratamento secundário, que é o tratamento biológico onde se realiza a decomposição da matéria orgânica, e a remoção parcial dos nutrientes. Esta etapa geralmente é constituída pelo processo de Lodos Ativados, reatores aerobios com biofilmes, reatores anaeróbios, lagoas de estabilização, além de outros, e que podem ser combinados entre si. O tratamento secundário muitas vezes possui um decantador secundário para separação do lodo biológico formado neste processo.


O tratamento terciário em ETE’s geralmente é realizado através da adição de produtos químicos coagulantes para remoção físico-química do fósforo, que pode ocorrer no próprio decantador secundário, ou em processo separado. No terciário pode haver também a desinfecção, que possui uma variedade grande de processos, incluindo a adição de produtos químicos a base de cloro e uma câmara de contato.

O tratamento do lodo é realizado pelas etapas de estabilização da matéria orgânica, geralmente em digestores anaeróbios, desaguamento, para remoção da umidade do lodo, e a disposição final.

O fluxograma acima mostra uma estação com todas as etapas. No entanto, a configuração da estação pode variar. Em muitas estações não há tratamento terciário, por exemplo. O tratamento primário pode ser substituído por um tratamento biológico, como um reator anaeróbio, seguido de outro processo biológico, neste caso a ETE teria apenas tratamento secundário.

Esta separação das etapas de tratamento entre preliminar, primário, secundário e terciário é apenas conceitual, para poder se entender melhor quais mecanismos estão presentes nos processos de cada etapa. Por exemplo, se determinado processo de tratamento é classificado como secundário, não quer dizer que ele pertence à segunda etapa de tratamento da estação, mas sim que o mecanismo utilizado neste processo de tratamento é biológico, e que sua principal função dentro do sistema é remover a matéria orgânica.

É importante entender isso pois existem sistemas de tratamento que possuem diferentes tipos de processos, como físico-químicos e biológicos, atuando paralelamente, para remover diferentes contaminantes, como é o caso da disposição de esgoto no solo, por exemplo. Neste caso, podemos ter os tratamentos primário, secundário e terciário na mesma etapa.

A definição do sistema de tratamento vai depender da qualidade exigida pelo órgão ambiental para o efluente final, e também da viabilidade técnica e econômica.


É importante destacar que, após o tratamento, pode haver a possibilidade de reúso da água, dependendo da qualidade atingida e da finalidade do reúso. Além disso, o lodo gerado na ETE também tem potencial de reúso, principalmente na agricultura. E o biogás gerado no digestor de lodo pode ser queimado para geração de energia.


As empresas e as instituições de pesquisa estão sempre buscando aprimorar os processos de tratamento atuais, e desenvolvendo novas tecnologias e equipamentos. Visando melhorar a qualidade do efluente final, e a redução de área e custos dos sistemas de tratamento.


Este post foi patrocinado pela Sanecomfibra Saneamento, empresa parceira aqui do canal e referência em medidores de vazão e produtos em PRFV. Saiba mais em: sanecomfibra.com.br

O conteúdo deste artigo também pode ser visto em formato de vídeo no YouTube. Confira no link abaixo:

Referência bibliográfica para a produção do conteúdo:


VON SPERLING, Marcos. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos (Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias; vol. 1). 4ª edição. Belo Horizonte: Editora UFMG, 472p. 2014.

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