NEWS - Mineração urbana é alternativa para descarte de lixo eletrônico
- Moisés Antônio Benvegnú
- 23 de jun.
- 2 min de leitura

A mineração urbana surge como uma abordagem inovadora e sustentável para o descarte e a recuperação de recursos presentes em resíduos, especialmente o lixo eletrônico. Diferente da mineração tradicional, que extrai matérias-primas virgens, a mineração urbana foca na reintrodução de materiais já explorados na cadeia produtiva, alinhando-se aos princípios da economia circular. Este processo permite a recuperação de uma vasta gama de materiais, desde plásticos e vidros até metais preciosos como ouro, prata e alumínio, todos passíveis de reciclagem e reutilização na indústria. Componentes de baterias podem ser transformados em novas baterias, e fios podem ter seus plásticos destinados à geração de energia e o cobre para novos condutores, exemplificando a aplicação prática da economia circular. Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron, destaca a mineração urbana como um processo crucial para transformar resíduos eletroeletrônicos – como celulares, notebooks e pilhas – em novas matérias-primas, reduzindo a dependência de recursos naturais finitos. Além dos benefícios na conservação de recursos, a mineração urbana contribui significativamente para a proteção ambiental, desviando materiais que, de outra forma, acabariam em lixões, impactando flora, fauna e a saúde humana. A Green Eletron, por exemplo, opera com cerca de 10 mil pontos de coleta em todo o Brasil, tendo destinado corretamente mais de 20 mil toneladas de resíduos em quase uma década. Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios na logística reversa; em 2024, apenas 8% dos resíduos sólidos urbanos foram reciclados, e menos de 3% do lixo eletrônico descartado em 2019 foi reciclado, segundo relatórios.
Para impulsionar essa prática, o Acordo Setorial de Logística Reversa de Eletroeletrônicos, em vigor desde 2020, estabelece metas para as empresas do setor. Um marco importante é a maior planta de mineração urbana da América Latina, inaugurada pela Ambipar em São José dos Campos (SP) no final de 2024, com capacidade para processar até 80 mil toneladas de resíduos anualmente. As perspectivas para a mineração urbana no Brasil são promissoras, com mais de 7.300 toneladas de eletroeletrônicos coletadas em 2024, mas a adesão plena das empresas e a mudança na cultura de armazenamento doméstico de eletrônicos ainda são desafios a serem superados. Fonte: https://www.metropoles.com/brasil/mineracao-urbana-e-alternativa-para-descarte-de-lixo-eletronico
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