Organismos Patogênicos nos Efluentes Sanitários: Parâmetros de Monitoramento, Doenças Transmitidas e Processos de Tratamento
- Moisés Antônio Benvegnú

- 11 de nov.
- 3 min de leitura
Atualizado: há 3 dias

Os efluentes sanitários são compostos por uma vasta gama de substâncias, incluindo uma alta concentração de microrganismos originários do trato gastrointestinal humano. Entre eles, encontram-se bactérias, vírus e protozoários com capacidade de causar doenças, conhecidos como organismos patogênicos.
A gestão inadequada desses efluentes resulta na contaminação de corpos d'água, solos e alimentos, estabelecendo uma rota direta de exposição para a população.
Neste post serão apresentados os parâmetros de monitoramento, os problemas decorrentes do lançamento de esgoto não tratado para a saúde pública, e as principais alternativas de tratamento para inativação de patógenos.
Parâmetros de Monitoramento
A identificação de cada tipo de patógeno em amostras de esgoto é um processo complexo, caro e demorado. Por essa razão, a avaliação da qualidade microbiológica dos efluentes utiliza organismos indicadores. A presença deles aponta para a contaminação fecal e, consequentemente, para o risco de existência de outros patógenos.
Coliformes Termotolerantes (anteriormente Fecais): Grupo de bactérias que sobrevivem a temperaturas mais elevadas (44,5 °C), como as encontradas no intestino de animais de sangue quente. Sua detecção em altas concentrações indica contaminação fecal recente e um risco sanitário elevado.
Escherichia coli (E. coli): É o principal membro do grupo dos coliformes termotolerantes e o indicador de contaminação fecal por excelência, pois sua origem é quase exclusivamente o intestino humano e de outros animais de sangue quente. A quantificação de E. coli oferece uma correlação mais direta e confiável com o risco de presença de patógenos entéricos.
Problemas Decorrentes do Lançamento de Esgoto não Tratado
O lançamento de esgoto bruto ou parcialmente tratado em corpos hídricos é a principal causa de disseminação de doenças de veiculação hídrica. O contato direto com a água contaminada, seja por ingestão, recreação ou higiene, pode ocasionar enfermidades como:
Bactérias: Cólera, febre tifoide, febre paratifoide, disenterias e gastroenterites bacterianas.
Vírus: Hepatite infecciosa (tipo A), poliomielite e gastroenterites virais.
Protozoários: Giardíase, amebíase e criptosporidiose.
Helmintos: Ascaridíase (Lombriga) e esquistossomose.
Processos de Tratamento para Inativação de Patógenos (Desinfecção)
A desinfecção é a etapa final do tratamento de efluentes que visa à inativação ou destruição dos organismos patogênicos remanescentes, tornando o efluente seguro para disposição final. Os principais processos utilizados são:
Cloração: É o método mais tradicional. Utiliza cloro gás ou compostos clorados (hipoclorito de sódio/cálcio) que atuam como agentes oxidantes, danificando a estrutura celular dos microrganismos. Porém, deve-se atentar para a concentração de cloro residual, ou a formação de organoclorados, no efluente final, antes do lançamento nos corpos hídricos.
Radiação Ultravioleta (UV): A exposição do efluente a uma luz UV em comprimentos de onda específicos (em torno de 254 nm) altera o material genético (DNA/RNA) dos microrganismos, impedindo sua reprodução e capacidade de infecção.
Ozonização: O ozônio (O₃) é um gás com altíssimo poder oxidante que destrói a parede celular dos patógenos de forma rápida e eficaz.
Dióxido de Cloro: Produto gasoso com alto poder oxidante. Possui a vantagem de não formar organoclorados. Porém, deve ser gerado no local a partir de outros produtos químicos (geralmente a partir do clorato ou clorito de sódio), tornando o processo mais complexo.
Ácido Peracético: Produzido a partir do ácido acético e do peróxido de hidrogênio, tem sido utilizado com sucesso na desinfecção em ETEs, em dosagens relativamente baixas. Com isso, praticamente não altera o pH do efluente.
Lagoas de Polimento ou Maturação: São lagoas rasas e com grande área superficial, que utilizam a radiação solar como principal forma de inativação dos patógenos. A alta concentração de algas no efluente acaba sendo um dos principais problemas dessa alternativa.
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