Qualidade da Água em Caldeiras de Média Pressão - Parâmetros de Controle
- Moisés Antônio Benvegnú
- 30 de mai.
- 2 min de leitura
A qualidade da água em caldeiras é um fator determinante para a segurança, eficiência e durabilidade desses equipamentos. Os parâmetros de controle variam significativamente conforme a faixa de pressão de operação. Vamos explorar os principais aspectos desse controle, destacando as diferenças entre os tipos de caldeiras.
As caldeiras podem ser divididas em três categorias principais conforme sua pressão de trabalho. As de baixa pressão (até 15 bar) são comuns em aplicações menos críticas, como aquecimento industrial básico, e toleram parâmetros mais flexíveis. Já as de alta pressão (acima de 40 bar), utilizadas em termelétricas e petroquímicas, exigem controles extremamente rigorosos. Entre essas estão as caldeiras de média pressão (15-40 bar), que equilibram exigências técnicas com as principais demandas industriais, por isso são as caldeiras mais amplamente utilizadas.
Para a água de alimentação (antes de entrar na caldeira), o pH deve ser mantido entre 8,8 e 9,5, uma faixa mais estreita que nas de baixa pressão, para prevenir tanto a corrosão ácida quanto a alcalina. O oxigênio dissolvido, principal vilão da corrosão, precisa ficar abaixo de 0,02 ppm, exigindo sistemas eficientes de desaeração ou produtos como sulfito de sódio. A dureza deve ser praticamente zero, com cálcio e magnésio totalmente removidos para evitar incrustações.
A sílica, particularmente problemática em média pressão, deve ser mantida abaixo de 0,5 ppm, já que começa a se tornar volátil nessa faixa, podendo se depositar em componentes críticos. Ferro e cobre, indicadores de corrosão no sistema, devem ficar abaixo de 0,01 ppm. A condutividade, importante indicador de pureza, precisa ser inferior a 10 µS/cm.
Geralmente, o pré-tratamento da água para este tipo de caldeira se dá por leitos de resinas de troca iônica ou osmose reversa.
Já para a água que circula no ciclo da caldeira, os sólidos dissolvidos totais (TDS) devem ser mantidos abaixo de 2.500 ppm, controlados por um regime adequado de purgas. A alcalinidade, que neutraliza ácidos, deve ficar entre 200-600 ppm (CaCO3) acima disso pode causar arraste de sólidos. O fosfato residual, usado para precipitar eventuais residuais de dureza, deve ser mantido entre 20-40 ppm.
O monitoramento diário de parâmetros como pH e condutividade é essencial. Purgas automatizadas e tratamento químico contínuo com inibidores de corrosão e dispersantes completam o controle. Os riscos do descontrole incluem incrustações que reduzem eficiência térmica, corrosão que compromete a integridade do equipamento, e arraste de sólidos que pode danificar as pás de uma turbina.
O controle preciso da água em caldeiras de média pressão exige conhecimento técnico e disciplina operacional. Seguir os parâmetros recomendados previne falhas caras e garante operação segura e eficiente. Os valores apresentados aqui são geralmente os utilizados no controle de caldeiras de média pressão, porém o ideal é sempre seguir os padrões recomendados pelo fabricante.
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