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Quem eram os escravos 'tigres', marcantes na história do saneamento básico no Brasil

  • Foto do escritor: Moisés Antônio Benvegnú
    Moisés Antônio Benvegnú
  • há 2 minutos
  • 1 min de leitura
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Durante o Brasil Império, o país era o maior território escravagista do Ocidente, com quase 5 milhões de africanos escravizados.


Com a mão de obra escrava sendo utilizada em larga escala, foram os escravos apelidados de "tigres" os responsáveis pelo recolhimento e despejo da urina e fezes de muitos moradores das cidades durante cerca de 300 anos.


Nessa época, a maior parte das casas não contava com banheiros, água corrente ou algum outro tipo de instalação sanitária. Por isso, os moradores das antigas cidades faziam as necessidades em penicos e outros recipientes de metal ou porcelana. 


Esses objetos ficavam sob as camas ou em armários até a manhã seguinte, quando eram esvaziados em grandes tonéis que comportavam todos os dejetos dos moradores da casa.


Os grandes tonéis, por sua vez, eram carregados nas costas por escravos, que os levavam até o mar ou a algum rio e por lá os despejavam.


Parte do conteúdo, que continha ureia e amônia, vazava dos tonéis e deixava marcas brancas sobre a pele negra, parecidas com listras. Por essa reação química, as marcas se pareciam com as do animal, daí o apelido em tom pejorativo dos "tigres" ou "tigrados".


O cheiro dos tonéis, obviamente, não era agradável e fazia com que as pessoas não se aproximassem dos "tigres" enquanto os carregavam.


Há registros da utilização dessa mão de obra no Rio até a década de 1860. Já no Recife, por exemplo, durou até 1882.




 
 
 

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