Água e Efluentes em uma Usina Termelétrica - Parte 4: Tratamento de Efluentes
Este é o 4º e último post da série sobre a importância e os processos de tratamento da água nas usinas termelétricas. E nele vamos aprender um pouco sobre o tratamento dos efluentes gerados na usina.
As usinas termelétricas podem gerar efluentes com diferentes contaminantes, em função principalmente do combustível utilizado para queima, do sistema de desmineralização adotado e de outros processos envolvidos no ciclo térmico e no tratamento de emissões atmosféricas. Assim, existem diversas configurações de ETE possíveis, de acordo com os efluentes gerados e das características de cada unidade.
As plantas de desmineralização por resinas de troca iônica ou osmose reversa geram efluentes ácidos e alcalinos, em virtude dos produtos químicos utilizados na regeneração das resinas, e da limpeza química das membranas. A neutralização dos efluentes ocorre, em grande parte, pela própria mistura das duas correntes, a ácida e a alcalina. Porém, pode ser necessário dosar uma quantidade extra de ácido ou base para poder corrigir o pH e ficar dentro da faixa entre 6 e 9.
As correntes de purga do ciclo térmico e da torre de resfriamento, assim como o concentrado da osmose reversa (que é a parte da água que não permeou a membrana), geralmente não possuem concentrações altas de contaminantes ou sais que exijam tratamento antes de serem lançados nos corpos receptores. Porém, podem ser direcionadas para tratamento caso haja necessidade.
Em uma usina que que utiliza carvão mineral para queima, a ETE pode possuir sistema de tratamento por clarificação (coagulação/floculação/decantação), flotação e filtração. Nestas etapas são recebidos efluentes contendo sólidos e óleo, oriundos de correntes de lavagem de equipamentos, ou até de outros processos de tratamento da unidade.
Quando possível, é importante ter uma bacia de recebimento de todos os efluentes pré-tratados para adequação de parâmetros, quando necessário, como pH e temperatura por exemplo, além de servir também como amortecimento dos efluentes gerados. Esta bacia pode receber a água de lavagem dos pisos e vias, que contém diferentes tipos de sólidos, como pó de carvão, cinzas e subprodutos provenientes da dessulfurização dos gases da queima, entre outros.
É importante também prever unidade de contenção de óleo, quando for utilizado óleo combustível na partida da caldeira ou como combustível principal da usina.
O esgoto sanitário gerado na usina pode ser encaminhado para o tratamento físico-químico após receber tratamento biológico, ou descartado diretamente, dependendo da qualidade atingida e dos padrões de lançamento.
Os efluentes tratados podem ser reutilizados nas lavagens de vias, pisos e equipamentos, ou até mesmo na torre de resfriamento após tratamento específico.
A imagem apresenta uma das várias configurações possíveis para o tratamento de efluentes de uma usina termelétrica.
Na próxima quarta-feira vamos trazer um resumo com os 4 posts para fechar a série.
Confira aqui o post 1 da série: https://www.aguaeefluentes.com.br/post/água-e-efluentes-em-uma-usina-termelétrica-parte-1-principais-usos-da-água-na-usina
Confira aqui o post 2 da série: https://www.aguaeefluentes.com.br/post/água-e-efluentes-em-uma-usina-termelétrica-parte-2-desmineralização-de-água
Confira aqui o post 3 da série: https://www.aguaeefluentes.com.br/post/água-e-efluentes-em-uma-usina-termelétrica-parte-3-torre-de-resfriamento-e-ciclo-térmico
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