Efluentes da Indústria de Laticínios: Problemas, tratamentos e oportunidades
- Moisés Antônio Benvegnú

- há 10 horas
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Os efluentes gerados no processamento do leite e seus derivados são originados de diversas operações, incluindo principalmente a higienização de equipamentos e o descarte de subprodutos.
Sua composição é variável, mas apresenta como característica principal uma elevada concentração de matéria orgânica, como lactose, proteínas e gorduras, refletida em valores elevados de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO), Óleos e Graxas (O&G), Sólidos Suspensos e nutrientes, como Nitrogênio e Fósforo.
Se descartado diretamente no meio ambiente, este efluente causa sérios danos: a decomposição da matéria orgânica consome o oxigênio dissolvido na água, podendo levar à morte de peixes e outros organismos aquáticos. O excesso de nutrientes ocasiona a eutrofização, podendo acarretar no crescimento descontrolado de algas em corpos hídricos lênticos (lagos, represas), que deteriora a qualidade da água.
O tratamento deste tipo de efluente é tipicamente realizado em múltiplas etapas. Inicialmente, no tratamento primário, processos físico-químicos são aplicados. Um equipamento comum é o Flotador por Ar Dissolvido (DAF), que, com o auxílio de coagulantes (como PAC, cloreto férrico ou sulfato de alumínio) e floculantes (polímeros), remove a maior parte dos óleos, gorduras e sólidos em suspensão, reduzindo significativamente a concentração de matéria orgânica do efluente.
A etapa seguinte é o tratamento secundário (biológico), onde a matéria orgânica dissolvida é consumida por microrganismos. Processos como lodos ativados ou lagoas aeradas são comuns nesta etapa.
Uma rota alternativa para tratamento desse tipo de efluente é o biodigestor anaeróbio, onde bactérias, na ausência de oxigênio, convertem parte da matéria orgânica em biogás (rico em metano), um subproduto com potencial energético.
Os efluentes e subprodutos da indústria de laticínios oferecem oportunidades de valorização. O soro do leite, principal componente orgânico do efluente na produção de queijos, é extremamente rico em proteínas de alto valor biológico, lactose, vitaminas e sais minerais.
Em vez de destiná-lo à estação de tratamento, o soro pode ser segregado e processado. Tecnologias de filtração por membranas, como a microfiltração e a ultrafiltração, permitem a separação e concentração desses componentes.
O resultado é a produção de compostos de alto valor agregado, como o whey protein (concentrado e isolado) para suplementos alimentares, lactose para a indústria farmacêutica e alimentícia, e bases para a formulação de bebidas lácteas e rações animais.
Adicionalmente, os subprodutos do próprio tratamento têm valor: o lodo biológico pode ser usado como fertilizante agrícola (após tratamento adequado) e o biogás gerado no reator anaeróbio pode ser usado para produzir energia térmica ou elétrica, reduzindo os custos operacionais da planta.
A água tratada, por sua vez, pode atingir qualidade para reúso em fins não potáveis, como lavagem de pátios, irrigação de jardins e sistemas de resfriamento, diminuindo a demanda por água potável.
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